Mauro Mendes (União) afirmou que quem critica a construção da Ferrogrão está “discursando contra aquilo que o planeta quer”, que seria a redução das emissões de gás carbônico no transporte rodoviário. A manifestação foi feita durante reunião do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20, no Malai Manso, em Chapada dos Guimarães (95 km de Cuiabá), na quinta-feira (12).
Tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação do PSol, que acabou suspendendo o andamento do megaprojeto ferroviário que ligará Mato Grosso ao porto de Miritituba, no Pará. Nesta semana o Governo Federal fez ajustes no traçado da Ferrogrão. A nova estratégia é de acomodação da ferrovia na faixa de domínio da BR-163, assim como oitiva com povos indígenas mais próximos e aporte adicional de recursos para compensações.
“O desafio é do Governo Federal conseguir fazer a sua regularização normativa para levar isso ao mercado. Está na mão do Governo Federal, existe um óbice causado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (...). Vencida esta etapa, cabe ao Governo Federal agora tomar as providências (...), a parte ambiental e fazer a regulamentação de um processo de levar isso ao mercado”, avaliou o governador Mauro Mendes.
Sobre a possibilidade de leilão, Mauro considerou que não deve haver dificuldade, já que a Ferrogrão será um negócio muito atrativo.
“Eu acredito que o mercado terá apetite, porque poucas ferrovias no planeta nasceriam com uma disponibilidade de carga de 30 milhões de toneladas. Aquela importante região de Mato Grosso já produz algo próximo disso e nos próximos anos, até que ela [ferrovia] fique pronta, seguramente nós já estaremos produzindo muito mais do que isso”.
O chefe do Executivo estadual também defendeu que esta é a melhor alternativa, tanto logisticamente, quanto ambientalmente, e quem se opõe a esta obra está se posicionando contra a redução da emissão de gases na atmosfera.
“Então nós temos uma grande oportunidade de colocar um modal que é ambientalmente muito melhor. Se fala em sustentabilidade, em redução de emissões, quem é contra a Ferrogrão está literalmente discursando contra aquilo que o planeta quer, que é reduzir as emissões. Uma ferrovia dessa vai tirar milhares de carretas de transporte de longa distância. As carretas continuarão tendo a sua oportunidade, mas transportando em um raio de 100, 200 ou no máximo 500 quilômetros, e não 1.500 como fazem hoje”.