A juíza Ana Graziela Alves Corrêa, da 1ª Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, negou o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa de Carlinhos Bezerra, filho do ex-deputado Carlos Bezerra. O réu aguarda julgamento por júri popular, acusado de assassinar a tiros sua ex-companheira, a servidora pública Thays Machado, e o namorado dela, Willian Moreno, em janeiro de 2023, em Cuiabá.
Carlinhos foi preso em flagrante logo após o crime, ocorrido em plena luz do dia, e enfrenta acusações de feminicídio qualificado e homicídio qualificado. Desde então, ele está detido em um presídio na capital.
A defesa de Carlinhos solicitou o benefício de prisão domiciliar alegando que o réu precisaria de cuidados especiais após uma cirurgia de catarata marcada para esta terça-feira (19). Segundo os advogados, a penitenciária onde o acusado está preso não oferece condições adequadas para o período de recuperação, devido à falta de higiene e ao risco de infecções.
No entanto, a magistrada rejeitou o pedido. Em sua decisão, autorizou que o réu permaneça internado por cinco dias na Diretoria de Saúde da Polícia Militar, sob escolta policial, para recuperação imediata após o procedimento cirúrgico. Após esse período, Carlinhos deve retornar à unidade prisional.
O promotor de Justiça Jaime Romaquelli também se posicionou contra o pedido da defesa, destacando que Carlinhos já teve um benefício de prisão domiciliar revogado anteriormente. Durante o período em que esteve em casa, ele descumpriu as restrições impostas pela Justiça, sendo flagrado circulando pela cidade acompanhado de seguranças armados.
De acordo com o promotor, o ambiente penitenciário pode ser adaptado para atender às recomendações médicas no pós-operatório. “Basta que a direção do presídio o mantenha em uma sala com ambiente limpo e controlado, afastado do contato com outras pessoas”, explicou Romaquelli.
O caso
Carlinhos Bezerra foi preso em flagrante no dia 19 de janeiro de 2023, um dia após o duplo homicídio. De acordo com a denúncia, inconformado com o término do relacionamento, ele atirou contra Thays e Willian na entrada de um prédio na capital. O crime chocou a cidade e levou à acusação de feminicídio contra a ex-namorada e homicídio contra o então companheiro dela.
Agora, o réu aguarda julgamento por júri popular, enquanto a Justiça mantém o entendimento de que ele deve permanecer preso para garantir a segurança da sociedade e o cumprimento das medidas legais.