Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira (26/11), mira crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional. Segundo a PF, as investigações apontam para um suposto esquema de venda de decisões judiciais envolvendo advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados.
São cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, além de um de prisão. Entre os alvos de buscas estão os desembargadores Sebastião Moraes Filho e João Ferreira Filho, que estão afastados por decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde agosto. Agentes da PF estão nas casas deles e tambpem em seus gabinetes no Tribunal de Justiça. Caso veio à tona após análise do celular do advogado Roberto Zampieri, executado em dezembro do ano passado.
Os mandados também são cumpridos no escritório de Zampieri, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá. Outros advogados são alvos, mas ainda não se sabe quantos e quem são. Em nota, a OAB-MT, por meio do seu Tribunal de Defesa das Prerrogativas (TDP), diz apenas que "está acompanhando a Operação da Polícia Federal. A Seccional se manifestará ao longo do dia".
De acordo com as apurações da PF, os investigados solicitavam valores para beneficiar partes em processos judiciais, por meio de decisões favoráveis aos seus interesses. Também são investigadas negociações relacionadas ao vazamento de informações sigilosas, incluindo detalhes de operações policiais.
Por determinação do Supremo Tribunal Federal, são cumpridos um mandado de prisão preventiva e 23 de busca e apreensão em Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal, além de medidas cautelares como instalação de monitoramento eletrônico, afastamento das funções públicas de servidores e membros do Poder Judiciário, sequestro, arresto e indisponibilidade de bens e valores dos investigados.
Nome
O nome da operação faz referência a um episódio da mitologia persa, durante o reinado de Cambises II da Pérsia, que narra a história do juiz Sisamnes. Ele teria aceitado um suborno para proferir uma sentença injusta.