Cuiabá, 21 de Novembro de 2024

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Polícia Segunda-feira, 11 de Novembro de 2024, 08:11 - A | A

Segunda-feira, 11 de Novembro de 2024, 08h:11 - A | A

ESQUEMA DE PIRÂMIDE

Servidora perde R$ 200 mil; prints mostram cobrança por dinheiro

Taiza Tossat Eleotério da Silva é processada e investigada por suspeita de golpe financeiro

Midianews

Uma servidora pública, que prefere não se identificar, afirmou que perdeu R$ 200 mil com a DT Investimentos após ser atraída a fazer a aplicações pelo médico Diego Rodrigues Flores, que era um amigo próximo e, segundo ela, se apresentava como diretor administrativo da empresa.

A DT Investimentos teve suas atividades suspensas judicialmente em outubro, na Operação Cleópatra, da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor de Cuiabá, por suspeita de esquema de pirâmide financeira. 

Na ocasião, a proprietária, Taiza Tossat Eleotério da Silva, foi presa em Sinop. 

Diego e o ex-policial federal Ricardo Mancinelli Souto Ratola, que foi casado com Taiza, são investigados e foram alvos da operação, embora contra eles não tenha havido ordens de prisão. 

A reportagem teve acesso aos prints da conversa entre Taiza e a servidora que foi lesada. De início, a empresária se mostrava solícita, mas no decorrer dos meses tentou se esquivar das cobranças da cliente. 

Diego era diretor-técnico do Hospital Municipal São Benedito até janeiro deste ano, quando foi exonerado, e é proprietário de uma clínica médica no Estado. Segundo a vítima relatou, o médico era amigo de seu marido e eles tinham um negócio juntos. 

“Ele nos apresentou a Taiza como sócia dele na DT, para fazer esse investimento com o rendimento, retirada de rendimento. Fomos até o escritório da Taiza e, na época, ela era casada ainda com o Ricardo”, contou a vítima. 

“Ricardo estava sentado à mesa, com Diego e Taiza, que me passou as informações e ainda fez o seguinte comentário, para deixar mais segura a situação para a gente: 'Não se preocupa, porque meu marido é policial federal, e ele também investe aqui e é sócio na empresa'”. 

Assim, a servidora aplicou R$ 200 mil na empresa, mas somente por um curto período recebeu o rendimento, que era de 3% ao mês, algo muito acima do praticado no mercado. Logo, Taiza, assim como relatado por outras vítimas, começou a dar desculpas para justificar os atrasos dos pagamentos, até deixar de respondê-la. 

“Ela simplesmente foi parando de pagar, foi dando problema. Eu falava com ela, mas logo depois ela desaparecia, ou não falava mais com a gente. Mandava outros falarem. Entrei com ação no final de 2022, e ainda não consegui intimar a Taiza”, disse a servidora. 

“Na época, o Diego disse que se desse problema com a Taiza, ele mesmo nos pagaria, e isso não aconteceu. Ele simplesmente também começou a jogar pra lá, jogar pra cá, um culpando o outro e, no final das contas, a gente está até hoje brigando para receber o valor que investiu nessa empresa”. 

Conforme a servidora, um boletim de ocorrência foi registrado contra a DT Investimentos e Taiza da Silva em outubro de 2022, um ano e dois meses após o investimento. Em dezembro de 2022, a servidora ingressou com uma ação cível contra a empresa, Taiza, Diego Flores e Ricardo Ratola. 

Até o momento, somente Diego recebeu a intimação judicial e compareceu em audiência, mas não houve conciliação. Já Taiza não foi encontrada para ser intimada, e Ricardo anda não foi citado. 

As conversas 

A reportagem teve acesso a prints de conversa nos quais é possível ver que Taiza, no decorrer dos meses após a assinatura do contrato de investimento, deixou de responder aos questionamentos da servidora sobre os atrasos do pagamento de rendimento (veja na galeria ao final da matéria). 

Em uma das ocasiões, ela tentou justificar que o banco teria bloqueado o acesso à conta porque ela e Diego Flores, que seria diretor administrativo, teriam entrado simultaneamente na conta bancária da DT, o que ocasionou o bloqueio por suspeita de fraude.  

Taiza ainda diz que não estaria tratando a vítima com descaso, pois acreditava que Diego, até então amigo da servidora e seu marido, estaria "lidando" com a situação deles. A empresária, então, pede um prazo até o fim do mês para fazer o pagamento, mas desaparece novamente. 

A vítima, então, informa que como último recurso, iria denunciá-la na delegacia e expor o caso à mídia. Em resposta, Taiza diz: "[...] quando você fechou o acordo, não foi pelo Ricardo ser policial, foi pelo Diego ser seu amigo, eu nunca fui até você, nunca te chamei para entrar na empresa".

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