Sigla dirigida pelo governador Mauro Mendes, que deixou bem evidente que a sua prioridade é governo o Estado e não a atividade partidária, o União Brasil - desde o seu nascimento em Mato Grosso - enfrenta divergências internas e, ainda mais fomentada, nos últimos meses diante da disputa entre o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho e o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, para ser o candidato da legenda à Prefeitura de Cuiabá.
Desde a formação do diretório estadual há embates internos que só foram amenizados quando Mauro assumiu a presidência, nome de consenso e acabou sucedendo Fábio Garcia. A organização das direções municipais também foi outro momento de turbulência. Contudo, a situação está contornada na maioria dos municípios, mas ainda existem pendências em algumas cidades.
Com o partido, literalmente dividido em Cuiabá, maior colégio eleitoral, é dada como certa as sequelas no processo eleitoral. O grupo que perder, insatisfeito, certamente, não se entregará à campanha do então adversário interno. Além disso, a troca de farpa entre Garcia e Botelho dificilmente será esquecida. Nenhum dos dois abre mão da disputa. Eles também não falam em um apoiar o outro. Pelo contrário, Botelho admite sair da sigla, enquanto Fábio tem a garantia de ter o apoio de Mendes.
A bancada do União na Assembleia Legislativa é declaradamente favorável a Botelho, inclusive, pelo menos dois deputados prometem seguir o presidente da Casa, caso ele opte em deixar o partido.
Para complicar ainda mais a situação, aliados de Botelho e Fábio andam se digladiando por meio da imprensa. A suplente de deputada federal Gisela Simona, que herdará a vaga se Garcia for eleito, atacou o líder do governo na Assembleia Legislativa, Dilmar Dal Bosco, pelo seu apoio a Botelho.
Mesmo exercendo a liderança do governo de Mato Grosso, Gisela desqualificou Dal Bosco por ter a sua principal base eleitoral em Sinop.
Segundo Gisela, o parlamentar não deveria interferir no processo eleitoral na Capital, uma vez que sua base é em Sinop. O líder do governo também não deixou por menos. Disse que os comentários da correligionária eram desnecessários.
Como se não bastasse, Dilmar fez uma comparação de votos. Sou deputado no 4º mandato, muito bem votado. Fiz 42.156 votos. Ao contrário dela, que gastou R$ 3 milhões e meio de recursos financeiros para campanha, vindo de cota feminina e teve 28.897 votos. Tenho muito mais moral e nunca a questionei, comparou.